Graffiti: arte urbana ou vandalismo? (II)
Este assunto tem gerado alguma controvérsia. Há aqui que se estabelecer uma linha ténue que acentue esta clivagem.
A arte caracteriza-se como um movimento de expressão, como uma fluidez ou extensão viva do pensamento livre. Desde muito cedo, os homens tiveram a necessidade de veicular as suas ideias, de as expressar, deixando o seu legado, quase que manifestando um eco da sua existência.
Duas faces da mesma moeda
A sociedade, em geral, caracteriza este movimento como um ato de vandalismo e ataque ao património. Outros defendem que se trata de uma expressão de arte alternativa, como uma contracultura, que projeta criatividade, por vezes, fomentada pela crítica social. Por um lado, um ato de rebeldia gritante, de desafiar as regras, vincar os anos de juventude irreverentes, com um impulso para a destruição, numa atitude apenas impulsionada pela adrenalina ao pegar numa lata e “pintar” uma parede. Por outro lado (paralelo e não tangível) os verdadeiros artistas que se dedicam ao embelezamento das áreas urbanas, numa vertente quase que cultural e artística.
Pode ser visto como um fluxo global de conexão e comunicação, com o intuito de analisar temas atuais, polémicos, culturais, sociais ou políticos, ou meramente lúdicos. Vários são os artistas que estão a radicalizar as mentes mais conservadoras, quanto à aceitação do graffiti. De acordo com o artigo 3 da lei nº 61 de 23 de Agosto “ compete às câmaras municipais licenciar a inscrição de graffitis, a picotagem ou a afixação, em locais previamente identificados pelo requerente”. Em alguns espaços da cidade de Lisboa, as autarquias têm mesmo já dado autorização para a pintura de alguns espaços degradados, com vista ao seu embelezamento, com algum impacto já na cultura e turismo do país.
Contudo, “não são susceptíveis de licenciamento as intervenções que descaracterizem, alterem, conspurquem ou manchem a aparência exterior ou interior de monumentos, edifícios públicos, religiosos, de interesse público e de valor histórico ou artístico”. O vandalismo é a forma encontrada para certos jovens de se expressarem, quer partindo objetos públicos, quer riscando áreas urbanas, com vista à sua degradação. É, na verdade, lamentável o padrão de destruição na cidade de Lisboa, onde é comum passar-se e contactar com um cenário sujo e de deteorização.
Temos de ser racionais e, por isso, não tornar situações particulares como amplas, generalizando-as. Há, de facto, vandalismo, mas também há ARTE.
Sites consultados:
http://www.doladodeca.com.br/2011/05/31/agora-e-lei-grafite-nao-e-crime/
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/lei-que-regula-os-graffiti-em-vigor-1604575
http://www.ufrgs.br/vies/variedades/grafite-arte-x-vandalismo/
Texto da autoria de Raquel Realista Santos, nº26 , 11º CT3